Minha juventude por muito tempo foi sem graça, pois nunca fui de andar em turma, sendo filho único, brincava sozinho e nessa brincadeira, me acostumei a criar minhas “histórias solitárias”. De certa forma, minha vida era perfeita, visto que não tinha nenhuma briga, assim como ninguém enchia meu saco. É a vantagem de viver solitário.
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Chegaram os anos oitenta e com ele veio uma leva de bandas de Rock´n´roll que invadia as rádios de todo país e começou a se formar uma legião de adolescentes que digeria seu som e suas letras. Interessante que o pólo do Rock brasileiro estava em Brasília, de lá estava saindo bandas como Capital Inicial, Plebe Rude e em destaque pelo seu líder, a Legião Urbana com Renato Russo, ex-trovador solitário e mentor das principais bandas de lá. Aqui em Salvador os hits da legião não saia da boca da turma do colégio e a gente só ouvia cantarolar “Tempo Perdido", "Eduardo e Mônica", “Quase sem querer” entre outros.
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O meu gostar pelo Legião veio de um colega de Brasília, que estudava comigo e tinha pouco tempo na cidade. Pois bem, o cidadão era um defensor ferrenho da banda. Volta e meia fazia seu discurso “candango” e provava que em matéria de letra, não tinha comparação pra ninguém e exemplificava cantando (numa imitação barata de Renato) “Tempo Perdido” e “índios” – dois sucessos fenomenais. Realmente ele estava certo e suas letras davam um sentido de grandeza a nossa condicional de juventude, principalmente quando a canção falava: “Somos tão jovens...” E naquele tempo como minha pouca idade já surgiam questionamentos sobre o futuro, o nosso futuro num país de geração “Coca-Cola". Anos depois Renato Russo tinha ganhado como melhor cantor do Prêmio Multishow de 96, Por sinal, merecidíssimo...
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Não me esqueço da primeira fita K7 que comprei do legião, era do LP Dois, que estourou a maioria das faixas e chegou a vender mais de 1,2 milhão de cópias, tornando–se, a meu ver, um ícone dos discos do Rock/Brasil. Eu escutava em tudo que era canto, na radiola (naquela época com fita k7), gravador cassete, walkman e acabei gravando todos as músicas. Pronto, estava nas minhas veias a musicalidade do genial Renato Russo. De lá prá cá comecei a acompanhá-lo... Comprava seus discos no maior orgulho, sentia que meu ídolo sofria também do mesmo mal, igualmente a mim, era romântico. Cada música sua era como se estivesse contando uma história que eu tinha acabado de vivenciar. A música caía como uma luva com o meu momento. “Quase sem querer” era meu retrato fiel, e eu que me encontrava numa situação difícil, só queria dizer: “Quando o que eu mais queria era provar pra todo o mundo, Que eu não precisava provar nada pra ninguém?!...”
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Não me esqueço da primeira fita K7 que comprei do legião, era do LP Dois, que estourou a maioria das faixas e chegou a vender mais de 1,2 milhão de cópias, tornando–se, a meu ver, um ícone dos discos do Rock/Brasil. Eu escutava em tudo que era canto, na radiola (naquela época com fita k7), gravador cassete, walkman e acabei gravando todos as músicas. Pronto, estava nas minhas veias a musicalidade do genial Renato Russo. De lá prá cá comecei a acompanhá-lo... Comprava seus discos no maior orgulho, sentia que meu ídolo sofria também do mesmo mal, igualmente a mim, era romântico. Cada música sua era como se estivesse contando uma história que eu tinha acabado de vivenciar. A música caía como uma luva com o meu momento. “Quase sem querer” era meu retrato fiel, e eu que me encontrava numa situação difícil, só queria dizer: “Quando o que eu mais queria era provar pra todo o mundo, Que eu não precisava provar nada pra ninguém?!...”
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Mas um dia Renato Russo se foi... Deixando-me órfão de suas canções feito pra mim, tenho certeza que não sou o único, existem outros filhos sentindo saudades suas.
No mês de outubro, mas precisamente dia 11, Renato calou-se e lacrou sua poesia, a poesia que era feita dos restos de sentimentos e de uma profundidade visceral, ao ponto de tocar na alma, mudar sentidos e significados, dizendo com palavras cotidianas, sem nada de requinte, o que o coração queria ouvir para confortar-se no imperativo amor de quem ama.
No mês de outubro, mas precisamente dia 11, Renato calou-se e lacrou sua poesia, a poesia que era feita dos restos de sentimentos e de uma profundidade visceral, ao ponto de tocar na alma, mudar sentidos e significados, dizendo com palavras cotidianas, sem nada de requinte, o que o coração queria ouvir para confortar-se no imperativo amor de quem ama.
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Quando o sol bater na janela do meu quarto, me fazendo acreditar nas coisas que Renato ensinou pela música, viverei um novo dia. Um dia onde jamais será necessário fechar todas as janelas...
Quando o sol bater na janela do meu quarto, me fazendo acreditar nas coisas que Renato ensinou pela música, viverei um novo dia. Um dia onde jamais será necessário fechar todas as janelas...