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Salvador, Bahia, Brazil
Baiano, que gosta da mulher que ama (um dos últimos sobreviventes), bastante comunicativo, sou formado em Publicidade e Propaganda pela FIB/BA e além disso sou um cara muito romântico, a ponte de escrever poesias...

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Aqui vocês vão se distrair e saber um pouco das aventuras e desventuras de um simples mortal que sobrevive pela vida levando umas cheias e outras em vão...

Vou procurar deixar meu BLOG muito interessante no que diz respeito, a me acompanhar neste diario de bordo...

domingo, 18 de outubro de 2009

MINHAS VÉIAS LITERÁRIAS

VINICUIS SEM POESIA
Autor: Leon Danon

A Bahia que tem um turismo forte, ao ponto de deixar saudades em turistas, hoje sofre com o abandono e o descaso do poder público na preservação dos nossos monumentos.
Itapuã sempre foi um dos principais redutos turísticos e culturais da cidade. Foi e é decantado e retratado por diversos artistas como Dorival Caymmi, Cariybé, Calazans Neto, Juca Chaves e Vinicius de Moraes. Este o imortalizou na famosa música “Tarde em Itapuã”, em parceria com Toquinho. O poetinha mostrou para nós e para todo o mundo que o bairro tem uma beleza morena e uma praia encantadora, riquíssima em inspiração. Mediante a tal paixão e o seu amor declarado ao local, Salvador retribuiu sua afetividade fazendo uma praça para ele, onde foi erguida uma estátua que retrata fielmente sua imagem, em volta de seus escritos e um de seus grandes legados: o amor e sua maneira de amar plena e apaixonadamente.
A intenção de reverenciar a pessoa de Vinicius é muito louvável, homenagem mais do que justa a quem cantou nossas maravilhas em forma de poesia. Mas infelizmente sua praça sofre também as mazelas provocadas pela incompetência e desprezo de quem administra e gerencia à nossa cidade. Não há cuidado, nem preservação, nem manutenção e nem promoção que mantenha viva e em ordem o bonito espaço que agora se encontra abandonado em todos os sentidos.
A prova disso está nas ações de vandalismo que vem sofrendo a estátua do poeta, como o sumiço dos óculos e do copo de uísque, sua marca registrada. Além das tabuletas de suas músicas e poesias em péssimo estado de conservação (riscadas e sujas) e o jardim da praça com poucas flores, dando lugar ao capim. Triste cenário para uma boa inspiração poética!
O turismo e a cultura se mantêm vivos com praças como essa, pois tem toda uma história cultural naquele espaço para ser vivenciada por quem visita a cidade e por quem mora aqui também.
Às autoridades, sobretudo as que gerenciam a parte cultural devem garantir a condição de despertar o interesse das pessoas em visitar e valorizar espaços como essa praça do poetinha, mas que estejam presentes, a beleza, a conservação e principalmente a promoção de eventos e atividades que tragam alegria, contagiando assim as pessoas, para que se tenha uma – literalmente praça viva e onde se respira ar puro e cultura!
Isso significa uma praça em movimento com inúmeros eventos poéticos, teatrais, musicais: feira de livros de poesias, saraus, serestas, ETC.
A praça transpira Vinicius, e isso pressupõe shows de voz e violão – sinônimo de Bossa Nova, além de uma programação que faça reviver a vida noturna de Itapuã, semelhante ao que ocorre no Rio Vermelho, por exemplo.
Faz-se urgente e necessária uma política cultural forte, constante e competente por parte dos órgãos responsáveis. Um exemplo a ser seguido é o Cine Glauber Rocha que recentemente foi totalmente modernizado e revitalizado por uma iniciativa de uma empresa privada que conservando sua estrutura nos aspectos tradicionais da decoração devolveu ao público um espaço bonito, moderno, a altura do homenageado.
Não podemos esquecer, entretanto de convocar os moradores de Itapuã, aos fãs de Vinicius e aos amantes da arte em geral, para que se mobilizem em prol da revitalização da área, exigindo ações e eventos para que dessa forma o espaço entre definitivamente na agenda cultural e no roteiro turístico da cidade.
Personagens como Glauber Rocha e Vinicius de Moraes, grandes expressões reverenciadas no mundo inteiro, não merecem serem lembrados apenas com “homenagens pela metade”. Pelas obras que deixaram e pelo que representam para a cultura do nosso país, não podem de maneira desrespeitosa serem temas de homenagens superficiais, oportunistas e demagógicas de quem apenas sugeriu a simples criação de uma praça, quando o correto seria preservar, estruturar, modernizar e manter vivo esse espaço.
Segunda-feira, 19 de outubro, nosso poetinha está fazendo aniversário, mas sua felicidade estaria completa, se ele estivesse com seus óculos, o copinho na mão a escrever poesias e músicas. E vendo o povo feliz ao seu lado. Cantando, sentindo emoções e tendo gostosas lembranças suas.
Por enquanto Vinicius está estático, dilapidado, triste, solitário. Sem a poesia na sua praça, que se encontra, sobretudo sem aquilo que ele sempre teve em abundância: alegria e vida...
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CHARADA: Vinicius lança um enigma: (charada para os humildes moradores de Itapuã) – “O que é importante na vida?” Ninguém conseguiu responder. Ele (como era brincalhão e muito popular, conta o Sr. Ricardo Nery dos Santos, o vendedor de limonada), decifra:
- O mais importante da vida é a liberdade! Sem ela ninguém vive.

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