Quem sou eu

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Salvador, Bahia, Brazil
Baiano, que gosta da mulher que ama (um dos últimos sobreviventes), bastante comunicativo, sou formado em Publicidade e Propaganda pela FIB/BA e além disso sou um cara muito romântico, a ponte de escrever poesias...

APROVEITEM

Aqui vocês vão se distrair e saber um pouco das aventuras e desventuras de um simples mortal que sobrevive pela vida levando umas cheias e outras em vão...

Vou procurar deixar meu BLOG muito interessante no que diz respeito, a me acompanhar neste diario de bordo...

terça-feira, 20 de novembro de 2012

ISTO SIM PRECISA SER DIVULGADO

Bem, fiquei sabendo da boa nova da UGPD – UNIDADE GRATUIDADE PESSOAS DEFICIENTES, em brotas, quando fui tirar minha carteira de passe livre (transporte) e lá fiquei sabendo que eles além de tratar desse assunto, dão um curso voltado ao mercado do trabalho para as pessoas deficientes, aqueles que nunca ou já trabalhou, mas neste momento se encontra desempregado, procurando emprego. A ideia deste trabalho é capacitar esta pessoa a fim de deixa-la próxima do que pedem as empresas, suprindo as necessidades desse mercado: um deficiente capaz de trabalhar dentro dessas normas, ou seja, um trabalhador como outro qualquer. Uma novidade bastante grata!

Devo admitir ser um trabalho digno de reconhecimento, pois em matéria de ajudar essa leva de deficientes físicos a ingressar no emprego, contribui diretamente com autoestima de cada participante, quando abordam a questão da psicologia, nas relações humanas, que todos nós devemos ter para se relacionar com outros indivíduos que num futuro próximo, serão nossa segunda família, quando estivermos empregado e vestindo a camisa da empresa. Isto é, vencendo os muitos desafios da convivência grupal no local do trabalho.
O curso de Preparação para o Mercado Produtivo capacita as deficientes com novas ferramentas, desconhecidas ou não, que serão focadas de modo a ajudá-las a quebrar essas barreiras que muito atrapalha sua vontade de está empregado, a sensação de ser uma pessoa útil e mais, vencer na vida com seus próprios esforços, sem depender da caridade alheia (aquela que a deficiência é o nosso cartão de visitas, por acharem que somos incapazes) causadora da falsa sensação de impotência.

Abrange tudo que é necessário, pra fazer de você um excelente profissional com garantias de bons elogios. São trabalhadas no curso questões sobre o “mundo do trabalho”, como: as categorias das empresas, carreira e perspectivas profissionais, direitos e deveres do empregador/empregado – Leis, libras (línguas brasileira de sinais) – para deficientes auditivos e a informática – principais conceitos. É um curso completo!
É bom lembrar que este curso vai servi para resto da sua vida, pois somará no seu currículo, deixando você ainda mais capacitado para o mercado de trabalho, cada vez exigente e competitivo, ao ponto de obrigá-lo a acompanhar as mudanças evolutivas, que fazem o seu crescimento como futuro profissional buscar sempre melhorias, alinhando sua necessidade com o desejo do empresariado.

Deficiente hoje é ganho de tempo para toda a empresa, por ser considerado um operário padrão (no sentido literal mesmo) – tem um pacote a oferecer a toda hora a elas, tais como: perseverança e exatidão em tarefas de precisão; compenetração e entusiasmo; tranquilidade, criatividade em ideias novas e soluções, além de amizade, trato cordial e alegre; espírito pacificador e conciliador; zelo pela conservação de materiais; espírito comunicativo, amor à vida; respeito às normas; espírito aberto à evolução; prontidão para emergências ou empreitadas difíceis; coragem, equilíbrio emocional; versatilidade, ou seja, capacidade para o exercício de várias funções; vontade de aprender aperfeiçoar-se; dotes de liderança; solicitude para com necessitados; honestidade nas atitudes; espírito de poupança; civismo; prudência e humildade. Isto é, um exemplo a ser seguido de funcionário que todos desejam.

Por falar nisso, por incrível que pareça, nós somos aquele tipo de individuo que sempre procura ter perfeição, naquilo que faz. Toda pesquisa feita sobre o nosso trabalho aponta responsabilidade, compromisso e entrega nas coisas que somos encarregados a fazer. 

Gostaria de convocar todas as pessoas interessadas a participarem deste trabalho, de fundamental importância para nossa inclusão no mercado de trabalho.  
Visitem o site da APADA-BA - Associação de Pais e Amigos de Deficientes Auditivos do Estado da Bahia (parceira da UGPD na realização deste curso) http://www.apada-ba.org.br/ e em seguida, dê uma telefonema para UGPD – Unidade de Gratuidade de Pessoas com Deficiência (71) 3356-7615 | 3276-1014 e procurando maiores informações sobre o curso gratuito de preparação para o mercado produtivo, depois se inscreva!

Faça acontecer ao seu favor e depois disso, preparado e principalmente capacitado, você estará habilitado a atender qualquer pedido que a empresa necessite. O emprego vem ao seu encontro, experimente essa incrível sensação!

 

 

 

terça-feira, 15 de maio de 2012

SERÁ O GÉLSON?


EM TEMPO: Os leitores vão estranham esses vídeos do Bahia campeão de 79 e 2012, porém não consegui achar coisa melhor para ilustrar o que escrevi nessa postagem.

No futebol, desde menino, tinha um ídolo dentro de casa, meu pai: Goleiro aspirante do Galícia. Sempre via fechar o gol, tanto que cresci jogando bola fazendo defesas “milagrosas” com uma mão só, à esquerda, já que a direita é comprometida. Afinal, sou deficiente físico, mas independente disso, o ditado filho peixe peixinho é poderia ser considerado, pelo gosto herdado do velho Isaac, em evitar o gol do time adversário. Quem sabe, ia fazer história como o primeiro goleiro deficiente do mundo.

Depois que passei me interessar pelo futebol e comecei a acompanhar o Vitória pelo campeonato baiano, prestava sempre mais atenção no goleiro e seu trabalho em campo. Considero sua função muito importante, pois é ela que vai “desestimular” o atacante adversário, ao saber e reconhecer que está diante de uma muralha, um paredão, um monstro em evitar que a bola entre. Não passa nada... O bom time sempre começa pelo seu o goleiro.

O vitória teve verdadeiras barreiras protegendo seu gol, podemos citar Andrada, Bagatine, Dida, Felipe, Viafra, além de Gélson com sua defesa vergonhosa na decisão da campeonato do título baiano de 79, num chute de Fito Neves de fora da área e que ele aceitou num verdadeiro frango e deu ao Baêa seu heptacbaiano em cima do rubro negro num dos Ba-Vis que a torcida não esquece, por ele ser um baita goleiro e ter falhado justamente no gol do nosso maior rival. Perdemos o título pelo placar simples de 1x0. A pergunta não cala: Foi o Gélson? Eis a questão...



Pois bem, chegamos em 2012 e nesse último BA-VI, o Vitória jogando o que jogou, viu o título indo embora, novamente na falha do seu goleiro reserva Douglas, escolhido sabe Deus o critério, para defender nossa meta, mas que falhou clamorosamente nos três gols (na minha humilde opinião e também daqueles torcedores que associou Gélson a Douglas). O que pensar nessa hora em que o Bahia foi o grande beneficiado, com um título achado em bolas paradas, ou seja, mais exatamente em faltas perto da área.

É leviano dizer da coincidência dos títulos de 79 e 2012 e a forma de como foram conquistados, de modo a desconfiar dos gols levados em falha do goleiro. Não temos prova e muito menos como provar o que houve fora das quatro linhas. Pra mim o placar foi e sempre será BAHIA 3 e DOUGLAS 3.

Não estou dizendo que o Vitória foi refém do seu goleiro para justificar nossa derrota, mas ele certamente proporcionou lances capitais para a decisão do título, principalmente no segundo gol do Bahia, do Gabriel, em que saiu totalmente perdido da área e terminou atrapalhando a zaga rubro-negra que poderia ter evitado um gol tão bobo.



Ao contrário dele, Marcelo Lomba honrou sua camisa e fez defesas decisivas nos dois jogos do Baianão 2012. Desde que chegou ao Bahia emprestado pelo Flamengo que já sabia que ele seria ídolo e o time carioca tinha feito uma besteira sem precedentes. Um goleiro como ele, sem desmerecer Felipe (ex-Vitória), dava sem sombra de dúvida o recado debaixo da meta. Sou suspeito pra falar, mas conheço um pela sua colocação diante de um perigo de gol.

O Bahia deve muito a ele e suas defesas feitas sem estrelismo. O seu apelido “paredão” faz jus ao seu trabalho de defender com objetividade o gol. Isso é o que importa! Lomba seria maluco se não aceitasse continuar no time pra ficar na reserva no Flamengo ou ter outro destino. Não sou Baêa, mas gostei da decisão de mantê-lo no elenco. Nada mais gratificante para um atleta ser reconhecido pelos serviços prestado e bem prestado. Ele merece. Devo lembrar a torcida do Tricolor de Aço ainda que seu time, o Baêa ainda não conseguiu ganhar do meu “Vitorinha” como dizem os tecedores mais ferrenhos.

O técnico Falcão não sabe o que é vitória no clássico BA-VI. É evidente que isso não contará porque o campeonato conquistado depois de longos 11 anos é relevante. Sei que deveríamos ter ganhado o título, pois jogamos bem melhor em Pituaçu e o jogo fluiu ao ponto de chegarmos à virada do placar, mas o nosso goleiro não estava num bom dia... Será o Gelson?!

sexta-feira, 20 de abril de 2012

NETO BAIANO, NÃO. NETO VITÓRIA!


Este jogo com o time do ABC no Barradão me faz lembrar o do Flamengo contra o Olímpia deixando o adversário empatar já com a vitória ganha. Uma coisa inacreditável de acontecer no futebol, até mesmo por Joel Santana, um treinador acostumado a ver de tudo nesse meio futebolístico.

A coisa em comum entre eles foi “o sobrenatural de Almeida” a lá Nelson Rodrigues que apareceu em campo pra causar grandes estragos e surpresas. Primeiro com o rubro-negro carioca: Custou caro esse empate com os paraguaios e prejudicou em muito nossa permanência na Libertadores. O fato é que começamos dali a perder nossa classificação.

Depois veio o meu Vitória que tinha tudo pra se classificar tranquilo em casa e o time do ABC iria aprontar com a gente jogando fora. Não demoraria abrir o placar e no segundo tempo fazia 2X0, para a tristeza, a intranquilidade e o nervosismo dos jogadores, deixando o técnico e torcedores atônitos com o que via em campo: uma grande transformação. O leão apesar de algumas jogadas, não conseguia transformá-las em gol. Quem sabe, a falta de Marquinhos fosse o motivo desse acontecimento. A verdade é que a preocupação crescia e o tempo com o placar adverso, apontava somente uma certeza: A saída da próxima fase da Copa do Brasil.

Nesse momento, estava assistindo comigo a patroa que de futebol, não entende e não faz questão de entender e, além disso, detesta. Sentenciou diante a situação, a derrota! Como pode uma “boca maldita” dizer tal barbaridade? Ainda estava rolando o jogo e confesso que na maioria dos casos, ela acerta. O Vitória seria sua próxima vítima...

Não vivo sob o signo da superstição, mas toda mulher, ou melhor, na sua maioria não gosta de futebol. A minha é daquelas de não querer ouvir nem falar, quanto mais torcer pro um time.
Deixa lá...

Ao acontecer o primeiro gol de Neto Baiano notei que ela estava fazendo outra coisa. Seus olhos não emitiam ao meu time a descrença e a falta de energia para reagir à adversidade. Pois bem, logo em seguida veio o empate e a torcida que saia do Barradão retada voltou para ver o “sobrenatural de Almeida” vestido de rubro negro, fulminando o time do ABC com o terceiro gol e uma classificação desacreditada por muitos.

Não tem como negar que essa vitória maiúscula vai entrar na história, muito mais pelo sabor especial que teve do que qualquer outra coisa: O de vencer pela superação. Pela primeira vez como torcedor vi o Vitória reagir em poucos minutos, pra ser exato, em quinze, da vaia ao grito de gol foi só o momento de acreditar que Neto Baiano, o artilheiro do Brasil, pudesse dá a alegria aos rubro-negros presentes no estádio para assistir outro triunfo garantido do Leão.
Sofremos, mas conseguimos!

O Neto Baiano pra mim é chamado de Neto “Vitória”, pois é daqueles jogadores que veste e sua a camisa, não sossega enquanto não faz um gol, além ser um guerreiro na área adversária. Se o Vitória garantiu sua presença as oitavas do torneio tem de agradecer ao seu camisa 9, centroavante com faro de artilheiro e que este ano está como a bola toda e faz chover. Choveu mas ninguém se molhou... Exceto lá em Natal.

É isso aí, agora o Botafogo.

domingo, 15 de abril de 2012

PESSOAS ANENCÉFALICAS


Esta semana fiquei surpreso com a liberação do aborto de bebês anencéfalos, aqueles de má-formação ou ausência parcial do encéfalo na sua fase embrionária, pelo Supremo Tribunal Federal (STF). Agora já não é mais crime uma mãe abortar nesta situação, de ser obrigada a levar uma gestação, onde a criança tem uma expectativa de vida curtíssima, além de sacrificar também a vida dos pais, quando ficam diante da realidade de criar um filho com uma deficiência cerebral, irreversível e de dimensões catastróficas.

Qual casal ainda vai manter a “tal da felicidade” ao saber num resultado de ultrassonografia, exame necessário ao acompanhamento do pré-natal, que foi detectado essa deformação congênita no filho? Nenhum. É importante salientar que isso acarreta uma série de consequências. A afetiva é uma das mais sentidas, representada sempre pelo o amor de mãe. Pronta para doar-se sem medidas afetivamente e por conta disso, verá que seu amor terá de ser forte e ela guerreira pra suportar cada momento enquanto vida tiver a criança dentro desse trauma todo.

Pra mim é uma baita crueldade sem precedentes prolongar uma vida, ainda que seja em plena gestação e que depois de nascido, enquanto estiver vivo, dependerá dos outros e das máquinas do hospital. Imagine um ser humano sem saber o que está acontecendo – apenas um corpo vazio. Uma criança com cérebro nessa condição acontece isso... Um ser vazio sem existência do consciente. Saibam: Podem nascer cego, surdo, inconsciente e incapaz de sentir dor. Não tendo um cérebro em perfeita funcionalidade tira qualquer probabilidade de ser um indivíduo consciente e de ações reflexas, como a respiração e respostas aos estímulos a sua volta. Existe coisa pior pra uma recém-família que sonha e planeja o futuro do seu filho?

Não deveria nem ter votação pra isso. É uma política suja pra ganhar voto em época de eleição. Não precisava nem votar... Tá na cara que esse tipo de aborto é extremamente necessário. Qual culpa recaiu sobre a mulher se sua gravidez não foi por questões de “libertinagens” e sim por motivo de doença, comprovadas inclusive por exames e, a pesquisa mostra que acontece a morte de 65% dos bebês no útero materno e, quando nascem, sobrevivem algumas horas ou, levando no máximo, dias.

Somente no Brasil a classe política encontra uma maneira de levar vantagem com votação de temas, ao meu e aos outros também, desnecessários. Quem de sã consciência vai querer levar uma gestação problemática, só pra ver seu rebento nascer e não vingar? Tem mais de abortar e seguir a vida em frente, ver onde tá o problema, corrigi-lo e ficar grávida novamente. Para um casal jovem, onde a vida apenas começa, ao passar a tempestade, o resto é só abonança... Entende?


A IGREJA

A igreja alega que fazendo este aborto, providencial ao direito – justíssimo – de não querer conviver com um ser humano já morto, pois não tem nenhum registro em toda face da Terra, de algum sobrevivente com o cérebro nessa condição, vai de encontro com o príncipio da igreja: Os bispos afirmam que "Legalizar o aborto de fetos com anencefalia, erroneamente diagnosticados como mortos cerebrais, é descartar um ser humano frágil e indefeso".

De que adianta criar um filho sem respostas vitais. Por acaso, é do tipo de filho pra colocar como quadro na parede da sala? O significado da verdadeira vida não é este e sim, vê-lo brincar, crescer, sorrir a retribuir o amor que lhe damos pela vida inteira. Esteja certo disso.

Qual interesse se tem em manter a vida conforme os princípios da “inviolabilidade do direito à vida”, da “dignidade da pessoa humana” e da promoção do bem de todos, sem qualquer forma de discriminação (cf. art. 5°, caput; 1°, III e 3°, IV, Constituição Federal), se o bebê não passa mais do que poucos dias ou algumas horas de existência. É um grande absurdo a igreja incutir na cabeça de seus fiéis que devemos preservar o existir de um ser fadado a morte anunciada. Como pode querer enxergar vida, se é que há, numa situação como essa, uma criança com má-formação ou parcialmente sem cérebro fazer parte de uma família? Para haver uma providência nesse sentido, só se Cristo estivesse agora entre nós, com sua imensa capacidade de generosidade, a fazer milagres para essas mães premiadas de terem filhos desprovidos de massa cinzenta.

Pergunta a igreja se ela vai arcar com todo ônus de uma vida sacrificada por nada.
Garanto que se um padre pudesse casar e ter filhos, não pensava duas vezes em proceder abortivamente. Usando as mesmas desculpas que tornaram possível a liberação por Lei do aborto de fetos anencéfalos.

As verdadeiras pessoas anencefálicas são aquelas que vivem enxergando vida onde não é possível existir, mas mesmo assim, ainda teimam em levar adiante a insensatez de coisas impossíveis. Como esperar dessa gente um apoio que possa ser solidário no revés de uma gravidez tão inesperada. Será que essas mesmas pessoas não mudariam de opinião se acontecesse consigo?

Estou com a maioria quando defendem o direito de não carregar, por mais dolorosa que seja, uma futura criança que não saberá em momento algum da mãe que a teve, do carinho reservado a ela e o imensurável amor materno, pela impossibilidade de retribuir, pelo simples fato de não ter como perceber em sua plenitude o que o cérebro registra.

O aborto vai evitar antes de tudo, principalmente o apego sentimental de mãe, aparecido numa fração de segundos, ao ouvir o choro do bebê. Nesse exato momento tudo estará perdido e seja lá como veio a criança ao mundo, seu coração explodirá num gostar sem tamanho. A cria que está no seu peito é única e todos os dias serão renovados em esperança... É difícil negar o direito de ser mãe.

quarta-feira, 4 de abril de 2012

A PÁSCOA




Na época de menino, meu contato com a Páscoa estava relacionado aos coelhos, tanto que não me saí da memória a máscara que fiz de coelhinho para ser usada durante esse período. Lembro-me mascarado todo feliz pensando ganhar muitos ovos de chocolate. Era um menino que adorava descobrir o que tinha lá dentro, depois de desembrulhar aquele monumento comestível sujando as mãos e com aquele sabor de “quero mais”. Assim passei minha infância comprovando com absoluta certeza: Criança é vidrada em receber essas coisas de presente.

Os anos passaram, cresci e não via mais graça em ganhar ovos da páscoa de tudo que é lado, além do mais, faz a gente engordar e ficar com o rosto cheio de espinhas, assim não há paquera que resista, pois às mulheres não gostam disso e nosso aspecto é horrível, uma espécie de porco espinho em pessoa. Passei a ver a Páscoa com outros olhos e daí descobrir que não só de coelho e de ovos de chocolate que ela é feita. Seu sentido é muito mais significativo e amplo, nos remetendo as passagens bíblicas como o Êxodo (saída dos hebreus do Egito por Moisés) e a morte de Cristo em troca da nossa Salvação. Novamente a necessidade de se lucrar desde início do capitalismo, a primeira grande loucura que se tem notícia em termo de evolução urbana, fazem de símbolos tão marcantes na história da humanidade, um mercantilismo de ações desastrosas com seu poder transformador na vida de consumo de todos nós.
O bendito “coelhinho da Páscoa” que eu já gostei e a maioria das pessoas (digo todos os pais) faz inflar o desejo de qualquer criança ao ganhar um belíssimo ovo, aumentando os grandes lucros das empresas que nesse período enriquecem vendendo o “ouro marrom” de todos os tamanhos, nos mercados e lojas do gênero.

A verdade é que compramos e ficamos lambuzados sem saber que a Páscoa tem outras origens e nada tem haver com ações comerciais, ao deixar todo mundo hipnotizado em consumir seus sonhos de chocólatras. O marketing se encarrega de seduzir numa publicidade perfeita e o consumidor enche um carrinho de compras sem perceber que de páscoa não tem nada.
Essa situação do coelho sendo garoto propaganda e seu rosto aparecer cada dia mais, como representante fiel de um evento católico, comprova que o povo não tá nem aí para a verdadeira origem, quer mais é comer com ou sem culpa, um delicioso ovo de chocolate, a lamber os dedos, antes de abrir outro e continuar matando seu vício. Chocolate, chocolate, chocolate...

Esta situação é tão forte que já tem igreja incluindo a “páscoa do coelhinho” nas programações religiosas, Cristo com coelho. Ou seja, mistura um ato tão nobre de Cristo – jamais deveria cair no esquecimento – com o representante maior dessa cultura de massa. Esse “Pernalonga de araque” endossa minha opinião em achar um despropósito cultuar um simbolismo momentâneo, que voltará a ser apenas um animalzinho engraçadinho e orelhudo, assim que passar esse movimento todo. Essa Páscoa interesseira não vai mudar você, no mínimo, engordará alguns quilos a cada pedaço de ovo comido. Lembre-se disso!

Não quero ser chato, mas tenho obrigação de falar que a páscoa cristã é viva e jamais deixará saudades porque estará sempre presente diariamente no nosso cotidiano. Isto é, para aqueles que sentem a presença do Cristo em tudo que nos cerca.

Quem estiver lendo essa crônica, certamente nesse momento deverá está pensando que estou sendo um “católico de carteirinha”, mas o que faço é reforçar que devemos está com Cristo no próximo domingo, pois sinto que o sentimento cristão, aquele que nos bota num caminho do bem por inteiro, está cada vez mais distante – há tempos – da nossa convivência, dentro e fora de casa. Quantas pessoas vivem da violência, de possuir coisas alheias, de matar ou morrer, de corromper, de não acreditar e de valorizar coisas inúteis. Um monte!

Não estou sendo do contra, tentando impedir o consumo de ovos de páscoa, mesmo porque não devemos levar tudo a ferro e fogo, de chocolate também se vive e se come.
Quero mostrar somente que precisamos voltar a nos relacionar catolicamente, não necessariamente sermos cristão, mas termos valores religiosos, seja qual for religião – pois sei que Cristo está presente em todas – para tentamos diminuir essa sensação de “terra sem dono” que cada um faz o que quer. Saí do coração o amor incondicional, para entrar sem pedir licença, a cegueira de não vê o amor em nada. O sentimento é seco, é árido, é uma gente de coração de pedra! O amor pedido é santo, pois foi nos dado e ensinado por Ele, a santíssima trindade!

Então amigos, já que estamos entendidos e acredito que entenderam o recado, só me resta agradecer a todos e desejar uma feliz Páscoa.

PS.: Com moderação no chocolate, afinal ninguém quer na manhã seguinte dá de cara no espelho sendo “Senhor espinha” e nem com uns quilinhos a mais.




sábado, 24 de março de 2012

O MÚLTIPLO DO HUMOR


Desde que me entendo como gente que conheço o mestre dos mestres Chico Anysio. Assistia ao programa Chico City, uma cidade onde morava seus inúmeros personagens que fazia todos caírem no riso. Quem não se lembra de Pantaleão e Pedro Bó, Véio Zuza, Azambuja e tantos outros que povoavam o imaginário coletivo com seus bordões que até hoje são sucessos inesquecíveis... É mentira Terta? Verdade!

Chico como um bom cearense e nordestino não podia ser diferente, se virava nos 30 e assim, conseguiu o feito de trabalhar em várias funções em menos de um mês, dominou o rádio com sua imensa capacidade criativa, sendo locutor, rádio ator, comentarista esportivo e redator de programa humorístico. Foi-se a carreira de um futuro advogado para entrar em cena um brilhante humorista com seus inúmeros personagens e situações engraçadas, que logo iria ter nova morada na televisão.

A gente Perde o farol, o norte do humor genuíno e não aproveitado pela televisão brasileira que achou de descartar em nome da modernidade, que hoje dita às normas do humor brasileiro e segundo o próprio Chico Anysio é único no mundo. Quando vamos rever quadros como o a "Escolinha do Professor Raimundo" que ensinava divertindo e salvava uma legião de humoristas antigos que não serviam mais para o riso, mas ajudou muito a construir a base para os futuros humoristas (se forem inteligentes) quando bebem da fonte do verdadeiro humor dos consagrados grandes mestres como Ankito, Oscarito, Mazaropi, Zé Trindade, Golias, Brandão Filho, Rony Cócegas, Grande Otelo, Costinha, José Vasconcelos, Francisco Milani entre tantos outros.

Chico Anysio foi aquele cidadão consciente da preservação dos bons valores e do humor feito no passado e, por isso mesmo a escolinha nunca ficava vazia, sempre tinha uma carteira a esperar por algum humorista que não estava no padrão e também por não enxergar distinção no humor, fazendo aparecer novos talentos a exemplo de Tom Cavalcante, Cláudia Jimenez... “Não existe humor antigo e humor novo — ele ou é engraçado ou é sem graça” sentenciou.

O humor brasileiro deve a ele a estética no humor com sacadas geniais que sempre mexiam na reflexão do nosso cotidiano e assim, surgiram novas figuras como o político Justo Veríssimo, onde fazia uma crítica inteligentíssima da classe política, nos fazendo perceber que para eles o povo sempre será uma massa de manobra, depois disso só explodindo. Pelo lado da religião não deixou por menos e novamente na figura do pastor Tim Tones mostrava, já naquele tempo, que a igreja "invisível", leia-se a Evangélica, estava ganhando terreno e ficando a cada dia mais poderosa.

Sua inteligência de como fazer um humor de qualidade e crítico sem perder a essência, faz dele um humorista único. Sua arte não tem comparação e muito menos escola. O que ele aprendeu jamais será ensinado com tal perfeição, pois pessoas que nascem pra ser craque, mestre, divino são únicas no mundo. Não teremos outro Chico Anysio.

Ele veio de uma escola onde o humor tinha qualidade e também era duradouro.
Os programas humorísticos levavam anos e seus quadros caíam fácil no gosto popular. Esse humor “das antigas” tem seu valor, pois serve de referência de como fazer um programa capaz de alcançar boas audiências, que são a garantia de sucesso e permanência no ar. Ao contrário dos atuais que mal emplacam três ou quatro temporadas no máximo. Um exemplo perfeito desse fenômeno, nascido no formato antigo é "A Grande Família" que há décadas os telespectadores não se cansam de assistir. Isso prova o quanto o Chico estava certo em defender seu ponto de vista, do qual a velha receita ainda produz bons pratos. Não há necessidade em mexermos no cardápio, mas na qualidade dos futuros talentos.

O múltiplo do humor deixará eternas lembranças que não serão substituídas e certamente não encontraremos ninguém pro seu lugar, que sejam vários em um e um em muitos, capaz de arrancar admiração por sua desenvoltura naquilo que cria com tanta simplicidade em matéria de provocar sorrisos. Parece-nos ser tão fácil contar uma piada por personagens tão distintos e tão reais do nosso cotidiano... O humorista Chico Anysio levou consigo a receita de como sorrir sutilmente da nossa própria miséria, sem nunca perder a medida e nem esquecer que o riso conforta nossa condição de meros mortais.

Hoje no céu a galera do humor vai receber quem faltava para criar situações hilárias e atuar nos disfarces das suas criações. Chico não chegará sozinho, estarão presentes Azambuja, Panteleão, Lingote, Baiano, Nazareno, Meinha, Bento Carneiro, Bozó, Roberval Taylor, Alberto Roberto, Coalhada, Gastão, Haroldo, Justo Veríssimo, Painho, Popó, Professor Raimundo, Salomé, Silva, Tavares, Coronel Limoeiro, Urubulino e o restante dos 209 conhecidos seus, acompanhando o amado mestre.

Aqui o tempo amanheceu chuvoso, todavia lá em cima é certeza de boas risadas.

domingo, 26 de fevereiro de 2012

E O DEIVID PERDEU!


Nunca escondi de ninguém que meu time de coração e também aquele que torço e sofro é o Flamengo. Mesmo sendo baiano e com obrigação de torcer pelo Vitória da dupla BAVI, único time que realmente ganha título sem maracutaia como o Baêa, devo admitir que meu Leão da Barra, infelizmente nunca teve um dirigente ao estilo Paulo Maracajá, que fazia o possível e impossível pra ver seu time consagra-se campeão e assim arrebanhar torcedores cada vez mais pelos campeonatos conquistados. Isso realmente fez a diferença em ele ser o que é hoje: O maior time baiano de futebol no campo da fraudulência.

Não que o time Vitória fosse sempre pequeno, porém falta a ele a “boa malícia” como o mal necessário aos times de grande tradição. No Rio, vejo isso nos quatros grandes e no Flamengo, da maior torcida brasileira, está mais presente no universo do futebol carioca. Ser Flamengo é fazer parte do gosto popular de transformar o momento do gol numa explosão de felicidade e alegria sem precedentes. Ontem pensei que esse acontecimento fosse à certeza de mais uma vitória sobre os vascaínos, eternos fregueses do mengão. Teria sido castigo pela displicência de um gol fácil? Quem sabe...

A verdade é que assistia torcendo pelo Fla, sempre ligado nos ataques perigosos do Vasco e de repente, num passe quase perfeito, pois o zagueiro falhou, de Ronaldinho Gaúcho pra Léo Moura e dele, depois de estabacar-se com o goleiro, passar a bola limpa pra Deivid, o gol iria fazer a torcida balançar as estruturas, mas... O inacreditável apareceu para provar que pode aprontar das suas, fazendo calar pela tamanha surpresa e absurdo de um gol feito ser perdido em questão de segundos, a nação rubro-negra de todo universo! Ninguém acreditou no que viu... Brincadeira de mau gosto da quarta-feira de cinzas.

O diriam os craques que vivem de fazer a felicidade da torcida num grito de gol, vendo Deivid “queimar o filme” da classe dos artilheiros, perdendo gols e não deixando que o Flamengo avançasse na competição, como imperícia? Desleixo? Falta de sorte? A fase ruim do jogador? Estão abertas as apostas das razões ou motivos que lavou o centroavante a não fazer o gol.Devo lembrar que ele no campeonato carioca de 2011 foi o artilheiro do time com 21 gols juntamente com Thiago Neves e Ronaldinho Gaúcho.

É bom saber também que esse bendito gol não era garantia de nada, de certo que, se Vasco terminasse o primeiro tempo levando 2X1 à conjuntura do jogo seria outra e “talvez” estaríamos na final da Taça Guanabara. Na pior das hipóteses dava empate e aí entrava a loteria esportiva, na disputa dos pênaltis.

Nesse jogo fatídico, estivemos sem o R10 (jogou bem abaixo do esperado), apesar de partir dele o lançamento que causou tudo isso, nosso goleiro espalmou as bolas na frente da área ao invés pra laterais do campo (os gols do Vasco saíram assim) e o Deivid não estava num bom dia. Acredito que ele poderia ter outras chances e não iria aproveitar nenhuma pelo trauma do gol perdido. Um lance daquele ele teria de chutar com a perna esquerda, quando nada não bateria no pé da baliza do gol e na posição que ele estava (quase no meio da trava) certamente a bola entrava, fazendo a minha, a nossa e alegria do mundo todo que é rubro-negro!

Deivid na sua entrevista coletiva pra explicar o inexplicável se mostrou ter um caráter exemplar, de não se escondeu e nem justificar com desculpas esfarrapadas o que deveria ter feito e deixou de fazer. Nada é mais honroso do que admitir a própria culpa, se responsabilizando pelo resultado adverso. Homem que homem sacode a poeira ou pelo menos fica mais atento ao lance e parte pra outra com a cabeça erguida e a consciência tão leve como a pluma.

Deivid não ligue pra brincadeiras vascaínas. Não se esqueça do seu crédito como jogador com o clube e da sua ajuda nos gols marcados. Aconselho a continuar perseverante na sua busca de titular da camisa 9, e lembre-se dos tempos que jogava no Santos e Cruzeiro deixando a nossa torcida pavorosa em cada entrada sua na área num gol eminente.

Não me importa se perdemos pro Vasco uma semifinal do primeiro turno do Carioca, afinal não foi nenhuma decisão do campeonato. O meu Flamengo tem crédito de sobra. Devo lembrar a torcida vascaína que o ultimo tricampeonato foram em cima de vocês, além de proporcionar a mim como torcedor, um gol de falta inesquecível de Petkovic, na final de 2001. Obrigado Vasco por esse momento tão histórico e marcante para nós. Entendam: Freguês ontem, freguês hoje, freguês sempre (risos). E mais: Ano passado fomos campeões invictos!

Reaja enquanto há tempo e encarne o mais breve possível, o artilheiro que é. Pois afinal, ninguém desaprende ou esquece o que sabe de melhor. Mas cá pra nós, Deivid, esse gol até vovó fazia...

A nação flamenguista ainda espera ansiosa por você. Acredite.

domingo, 12 de fevereiro de 2012

CONVOCAÇÃO GERAL: Carnaval no bloco Me Deixa à Vontade




Nesses tempos de greve da polícia daqui (políciais da Bahia), esqueci que sou folião e deixei de falar do bloco da ABADEF - Associação Baiana de Deficientes Físicos, que faço parte. Quem teve a brilhante ideia (meus parabéns) foi a Maria Luiza Câmara, presidente da entidade, de levar todo ano uma legião de pessoas felizes, coloridas e cheias de graça, para o meio da rua que estão a fim de aproveitar o momento ao som do trio-elétrico e nossos inúmeros blocos, participando do Carnaval numa boa.

Passado o evento da greve da Polícia Militar, que certamente abalaria a beleza do carnaval baiano, com dias de pavor e medo, pois afinal, poderia acontecer muita violência por falta de segurança, é chegada a hora de curtir os dias de momo no bloco da gente, que é a nossa cara, o Me Deixa à Vontade!

Estamos aí também no Carnaval para mostrar para o turista que aqui chega à nossa terrinha, o espírito folião que traz cada deficiente, seja qual for sua deficiência, a cair na gandaia sem medo ou preocupação de ser feliz, tal como um pinto no lixo. Êta maravilha!!!

CONVOCAÇÃO GERAL:
convoco todos deficientes baianos ou não, independentes de suas deficiências visual, física, auditiva, intelectual e outras, a pular a trás do trio com toda alegria no bloco Me Deixa á Vontade, que como nome já diz é um lugar de liberdade com sabor de pura diversão e nada que impeça o folião de ser um folião de verdade. Venha fazer parte dessa divertida participação coletiva curtindo com a gente!

Esse projeto da ABADEF – Associação Baiana de Deficiente Físico – de inclusão social existe há mais de uma década e conta com cerca de 1000 associados.

Neste carnaval o tema do bloco é sobre as mulheres de Jorge Amado, fazendo também a sua homenagem ao grande escritor baiano e suas mulheres, conhecidas pelo mundo afora, tais como: Gabriela, Tieta, Tereza Batista, Dona Flor, Dora entre outras.

A Abadef espera emplacar outro sucesso ao botar seu bloco na rua e desejam a todos aqueles foliões de carteirinhas, um Carnaval 2012 com muitas recordações de bons momentos no reino da folia baiana. Um grande Axé!

SERVIÇO:
O QUE: Carnaval 2012
ONDE: Salvador, Bahia
BLOCO: Me Deixa à Vontade
SAÍDAS: Sexta e Sábado de Carnaval
CIRCUITO: Osmar (circuito antigo) – do Campo grande até a Casa da Itália
INFORMAÇÃO: Ass. Baiana de Deficientes Físicos - ABADEF
TELEFONE: (71) 3321-5500

quinta-feira, 2 de fevereiro de 2012

PRESSÃO 15 POR 11


Nunca fui ligado à pressão arterial e quando acontecia de tirar não tava nem aí, dava o braço pra mocinha aferir a pressão e tudo bem se o resultado fosse 13 por 9. Já era o sinal que meu coração junto com meu peso ia me deixar hipertenso.

Sendo um bom glutão, foi na época da faculdade que mais abusei dos salgadinhos, das coxinhas, das esfirras e dos enroladinhos, tudo muito bem acompanhado de uma coca-cola geladíssima. Isso tudo durante a semana não ia dá em coisa boa no futuro. Confesso que me sentia cada vez mais gordo, assim como, minha vontade incontrolável de encontrar com a "tia” e comer no mínimo dois salgadinhos no horário do intervalo. Saí satisfeito com esse big lanche!

Minha relação com a comida sempre foi 8 ou 80. Tenho lembranças (até hoje mãe fala) que sempre fui chato pra comer quando criança e detestava tomar sopa. Por conta disso, minha avó quebrou braço e perna me fazendo engolir uma colher de sopa. Minha complementação alimentar vinha do remédio Rarical – vitamina infantil junto com complexo B que D. Lígia fazia questão de me dá todo santo dia com propósito de estimular minha comilança infantil. Depois, já mais velho só sabia de comer feijão com farinha e chouriça no almoço. Até meus 10 pra 12 anos a feijoada era o meu cardápio principal. Fiquei conhecido como “garoto feijão”.

Os anos passaram e de tanto sair pra almoçar fora descobrir outras comidas e também que alguma delas, mesmo não tendo uma boa aparência, não significa que seja ruim, a exemplo: um sarapatel (comida feita de tripas e vísceras de animal) seja tão saboroso. Bem, conheço um monte de gente que troca essa iguaria por qualquer strogonoff. Acho uma grande besteira, pois o nosso paladar tem de ser universal, está aberto a novos sabores para conhecer melhor a culinária, ou melhor, como está em voga a gastronomia de todo mundo e lugares.

Nessa fase, de descobridor das comidas alheias, estava começando a engordar de tanto repetir o prato. Sou daqueles que não deixa comida, come até o último grão e ainda saí da mesa com gosto de quero mais. Lembro-me do meu pai fazendo o mesmo e quando eu deixava comida ele comia numa boa, a lei era limpar o prato! De tanto fazer isso e outras estripulias seu Isaac ficou diabético e teve um final trágico.

A verdade é que passaram os anos e eu por eles, comendo de tudo, até que a “nega” minha atual mulher insistiu pra fazer o checap. Disse a ela que faria o do milênio, do ano 2000. Dito e feito. Fui a um cardiologista que logo de primeira tomou minha pressão, estava em 14 por 10 (um pouco alta) e isso gerou uma série de exames e um grande medo de está no mínimo diabético além do já confirmado o diagnostico de pré-hipertenso. Fui para direto a uma endocrinologista para fazer um controle nutricional, já que a doutora também cuida desse caso, resultado: fiquei restrito a medida dos alimentos, tipo: bife – 200 gramas, ou melhor, só um pedaço do tamanho da palma da mão, brincadeira... Eu só comer isso e sem direito a uma boa farofa da graxa de bom bife acebolado. Sem possibilidades!!!

Recentemente caí na asneira de comentar que estava tonto quando acordei e veio logo ao meu encontro o aparelhinho de pressão e agora o resultado era 15 por 11. Sinal de alerta e com grande ameaça: – você pode ter um infarto a qualquer momento, vamos a Dr. Agnaldo... Sentenciou D. Lígia. Não que de fato eu fosse morrer no próximo minuto, mas sendo quarentão é bom seguir o ditado: “o homem seguro morreu de velho” – ditado completo é claro, não reduzido, “o seguro morreu de velho” como muita gente conhece. Isso aconteceu em dezembro, perto da virada de ano e o médico só tinha agenda no início de janeiro/2012. Negociei que iria sim, mas só depois dos festejos do Ano Novo, em outras palavras, depois da ceia natalina e dos comes e bebes do romper do ano. É mole, comida em primeiro lugar e a pressão que se dane (risos).

Novamente outra bateria de exames e pra minha surpresa os resultados foram bons, na medida do possível – já que continuava a mandar ver... Desta vez, os exames cardiológicos deram normais: coração e artérias sem entupimento, pulsação e fluxo sanguíneo no ritmo, tudo ok! Mas que inferno é esse se o coração tá em perfeita ordem e a pressão nas alturas? Andei perguntando e vendo na internet alguma resposta que explique esse “fenômeno” e nada. Na verdade não existe nenhuma relação que justifique esse desencontro.

Resultado: Hoje estou tomando três medicações associadas, duas pela manhã e uma a noite pra manter a pressão estabilizada. Acredito que esse terceiro remédio deve-se pelo Doppler (aparelho que faz o monitoramento 24h da pressão arterial) que botei e acabou saindo do lugar e até desligando, que provavelmente deu picos de pressão, ao dormir, e, por esses motivos, o médico considerou alternância no resultado final, prescrevendo os três “remedinhos” da pressão.

Apesar de ir ao médico numa condição extremamente perigosa, pois o infarto faz um grande estrago em qualquer pessoa, devo admitir que ele esteja certíssimo quando diz que todo hipertenso deve viver com os remédios, os exercícios físicos e a alimentação saudável – com pouco ou sem sal, a depender de cada caso, fazendo analogia com a santíssima trindade (Pai, Filho e Espírito Santo).

Graças a ele mudei de comportamento e atitude: tomo minhas pílulas, ando pela praia – já emagreci 5 quilos, estava com quase 90 – e estou me alimentando sem excesso, ou seja, não repito mais o prato, não belisco besteiras, além de jantar mais cedo. Mudei da água pro vinho. Espero quando voltar ao cardiologista daqui a dois meses esteja totalmente diferente nas medidas do corpo, no peso e na pressão. Assim seja!

domingo, 1 de janeiro de 2012

2012 SEREMOS BORBOLETAS E COBRAS

A eterna repetição, mas sempre renovada pelos votos, conhecidos por todos nós, em cada cartão recebido de Boas Festas com felicitação repleta de realizações, saúde e paz, carregada de sentimento fraterno, inevitavelmente, não deixa passar em branco, nosso desejo humanitário para com o próximo, para que o ano que se inicia seja melhor do que aquele o que acabou. Ou seja, eu vejo essa atitude como uma metamorfose da borboleta, que na fase da pupa (o casulo/pré-nascimento), a lagarta rompe pra nascer pra nova vida.

O sentido “borboleta” está envolvido nas suas possibilidades de interagir com o que você encontra ao seu redor. Ninguém deve está sozinho como uma ilha e sim, como um afluente que desagua em algum lugar de bom, fortalecendo suas relações e para o bem da coletividade, fazer brotar coisas boas que vão facilitar a convivência pacifica sem precisar levantar fronteiras e nem catalogar inimigos pelo mundo a fora. Nossos braços foram feitos pra abraçar seu semelhante, nossa boca para proferir palavras de amizade e as pernas para caminhar com tranquilidade, nada de correr por medo ou pavor que algo lhe aconteça.

Assim como vejo também a descamação da cobra, significando seu próprio conhecer nessa mudança do calendário. Apesar de o primeiro momento pensar em ser uma coisa ruim vindo de um animal tão perigoso. É de fato o seu conhecer íntimo que vai propiciar que o sentido “borboleta” prevaleça neste novo ano.

A principal mudança começa pela gente, ao olhar pro nosso interior e reconhecer que existem coisas a sair da nossa conduta e postura como pessoa. O mundo está impregnado de arrogantes, preconceituosos, valentões e todos aqueles adjetivos que não cabem conviver junto com o espírito nobre de quem ainda enxerga, a luz no fim do túnel como grande possibilidade de uma vida pautada em tranquilidade e harmonia, que certamente por essas vias encontraremos a paz e a felicidade tão desejada entre os povos.

O jardim é belo, está cheio de flores e frutos a espera que as borboletas dêem alegria e um sentido de prosperidade naquilo que se espera de cada brasileiro desse imenso país.

Por outro lado, como cobras – no bom sentido, é claro – temos o dever de descamar todo nosso descontentamento daquilo que nos fez sofrer e incomoda aos outros, fazendo surgir à nova pele, ou melhor, uma nova consciência que nos ajude enquanto coletivo. Se cada um mudar na sua maneira de ver as coisas ainda nos resta à chance de mudar o curso da história em 2012.

Faço a pergunta: Este ano você será uma borboleta ou uma cobra?